Vigilias na cascalheira

De volta às origens – uma parte do caminho
Wilson, Toninho e Sônia no rancho da Aldeia.

Há algum tempo, desde cerca de 2 anos, pude me tornar morador de São Sebastião da Aldeia, Município de Abaeté-MG. O bom mineirês, nos faz chamar somente Aldeia. É uma comunidade simples, em sua maioria pescadores. O lugar escolhido por minha família para descanso e lazer há mais ou menos uns 10 anos. Desde 1974 residimos em Abaeté e sempre tivemos como referência rural a Serra do Palmital, município de Paineiras – MG., onde viveram meus avós paternos e maternos e mais recentemente alguns de seus descendentes. A maior parte da família migrara nas décadas de 1960/70 para outras cidades e Estados brasileiros. Nasci naquela região em um lugar chamado Mateiros. Hoje, embora exista esse vínculo de origem, a Aldeia tem sido um lugar mais frequentado.

Foi em Abaeté também que vi pela primeira vez um OVNI em 1978. Um pouco antes de deixar a cidade para só voltar 40 anos depois. Muitas águas passaram por debaixo dessa ponte. Muita gente maravilhosa encontrei em meu caminho. Levo comigo muitas e boas lembranças.

Uma vez aposentado, juntei-me novamente aos meus, de forma mais efetiva. Brasília, onde residi por 39 anos, tem sido hoje meu segundo lar e o lar de meus filhos e de grande parte de meus amigos e amigas.

Como diz Leonardo Boff(1) em sua obra “A águia e a galinha”: “A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.”

É um pouco, o que tenho procurado. Viver a cotidianidade desse lugar maravilhoso, que é parte do caminho, interpretando e reinterpretando-o todos os dias. Nesse sentido, fica impossível não me envolver nas demandas e lutas humanas locais, bem como, não perceber entre as muitas característica aprazíveis da região, que ela tem também seus mistérios, ótimos locais de vigília ufológica, observação das paisagens locais e do céu. E que céu!

Sobre o Contato Imediato de 0° (CI-0)

Gostaria de falar do que chamamos em ufologia de Contato Imediato de 0(zero) grau(CI-0). Um tipo de interação pouco comentada, à qual não se dá muita importância. A razão disso está na própria definição: “Luzes não identificadas observadas a grande distância que não possibilitam a determinação do formato. Aqui acontecem geralmente enganos e erros de interpretação.”(2)

Vista Leste a partir da Cascalheira.

Em vigílias ufológicas os eventos observados à grandes distâncias no horizonte ou nos céus constituem-se os mais comuns. Na penúltima semana de setembro/2021 fizemos duas vigílias de mais ou menos uma hora e meia de duração, num lugar chamado pelos moradores locais de cascalheira. Fica no Morro da Serrinha, Fazenda do Sr. Chico Vieira, em frente a Fazenda Vitória, a aproximadamente 10 km da Aldeia.

Entre luzes de fazendas distantes, faróis de carros em estradas vicinais, e muitos objetos celestes, ocorreram também alguns CI-0.

Tais eventos, embora nem sempre seja possível determinar com exatidão o formato e sejam passíveis de erros certas interpretações, são eventos variados e em sua maioria passíveis de identificação. Podemos nos enganar com alguns mas, aviões, satélites, meteoroides, p.ex. são identificáveis. Nem sempre são identificados pela forma mas, pelo brilho das luzes que emitem, pelos movimentos, velocidades, altitudes, sons, etc. Um percentual mínimo, no entanto, ao aplicarmos um método comparativo, não conseguimos associar a eventos e coisas conhecidas.

Setembro, chegou a primavera.

Estão próximas as primeiras chuvas na Mesorregião central mineira. Em São Sebastião da Aldeia, margens da represa de Três Marias, as propriedades de pescadores/moradores, costumam ter sua horta e pomar. A horta doméstica é fundamental para equilibrar a alimentação durante todo o ano, em face da distância de centros urbanos e das péssimas condições das estradas da região. Aproveita-se, nessa época seca, para intensificar o armazenamento de adubo orgânico para o período chuvoso, época difícil de preparar e transportar das fazendas o adubo, quase sempre, muito molhado.

Recolhimento de adubo orgânico na Fazenda Vitória.

Como moradores da Aldeia, saímos Sônia, Toninho e Eu (Wilson)por várias vezes, nos finais de tarde, para buscar Adubo na Fazenda Vitória. Lá, o Sr. Evandro e o seu filho Douglas dão um duro danado para alimentar o gado a base de ração/silo. Nessa época o pasto está escasso. Dona Margarida, esposa do Sr. Evandro, sempre nos recebeu muito cordialmente. Além do Adubo abundante, sempre podemos nos abastecer de ovos caipira, leite de vaca, entre outras delícias nutritivas e um bom papo.

Na volta paramos na cascalheira para uma curta vigília e observação do céu. “Momentos inesquecíveis”, como diz Toninho, um bom vizinho, conhecedor da região, morador da Aldeia há 17 anos. A Cascalheira fica a uns 5 km da fazenda Vitória em direção à Aldeia.

Wilson, Sônia e Toninho em Vigília.

Estas duas  recentes Vigílias ou observações foram, daquelas, que do ponto de vista ufológico, pela ausência de equipamentos para registro, podemos dizer, bem despretensiosas. A intenção maior era apreciar o céu que nessa época está maravilhoso. Sempre que temos a oportunidade nos posicionamos em lugares específicos que aos poucos vamos descobrindo por aqui.

Eventos estranhos
Camadas da atmosfera terrestre. Imagem extraída do portal da SEED-PR http://www.geografia.seed.pr.gov.br

As ocorrências citadas adiante, constituem-se de eventos estranhos em relação ao conjunto das observações. Nos dois dias, além do céu de brigadeiro, sem nuvens e sem lua, vimos vários objetos conhecidos, satélites e aviões. O horário foi favorável nesse sentido. A luz solar ainda podia incidir em objetos que circundam nossa atmosfera.

No primeiro dia, 23/09/2021 nossa vigília aconteceu de 19 as 20:30h aproximadamente.

Por volta de 20h vimos um objeto com luz fixa se deslocar a uma velocidade espantosa. Não era algum meteoroide ou coisa parecida. Não havia efeito visível de algum atrito com a atmosfera. Não havia som e estava aparentemente muito alto. A espantosa velocidade era incomparável com qualquer coisa conhecida. Essa é a característica que nos faz destacar e relatar este evento do conjunto de outras observações.

A observação desse objeto durou, aproximadamente, uns 4 segundos e percorreu mais ou menos uns 40° (quarenta graus) na parte mais central da abóboda celeste, surgindo em um ponto e desaparecendo em outro, em sentido oeste para leste.

No segundo dia, 24/09/2021, mantivemos quase o mesmo horário encerrando nossa vigília próximo de 21 horas.

Eu já estava desanimado e não estava conseguindo ver nem satélites. Via aviões com facilidade, mas satélites e outras coisas, eu não via. Ao passo que Sônia e Toninho viram coisas incomuns, apontaram várias vezes e eu não consegui ver. Parecia de fato aquela situação, muito comum em vigílias, em que uns vêm e outros não vêm por alguma razão de difícil explicação. No mínimo uma situação estranha! Eu prefiro pensar que eu não estava muito atento, por isso não vi o que eles viram.

Um pouco antes das 20 horas, um brilho esbranquiçado, de tamanho semelhante a estrela Alfa da constelação do Centauro surge e apaga ou desaparece na/da posição 10°, aproximadamente, a partir do zênite em sentido norte. Imagine um piscar, um acender e apagar da estrela Alfa do Centauro.

Pouco depois das 20h, no sentido Norte > Sul, uma luz alaranjada de tamanho semelhante à primeira, pisca muito forte (acende e apaga). Uns 3 segundos depois uma segunda piscada, a uma distância de uns 10° a 15°(dez a quinze graus) da primeira piscada.

As observações dos eventos aqui considerados estranhos foram confirmadas por cada um dos presentes, a excessão das duas luzes alaranjadas do segundo dia que não foram vistas por Sônia. No momento, ao que lhe parece, estava com sua atenção voltada para o oeste acompanhando  outro evento semelhante a satelite, o qual eu não havia conseguido ver.

A partir daí nada mais!! Ficamos até próximo de 21 horas e fomos embora.

Referencias

(1) – Boff. Leonardo, “A Águia e a Galinha – uma metáfora da condição humana”, Ed. Vozes, 9ª ed. 1997
(2) – https://ufologico.com.br/escala-de-hynek/ Visto em 28/09/2021

8 comentários em “Vigilias na cascalheira”

  1. Prezado amigo Wilson,
    que maravilha esse lugar de sossego,paz, meditação e observação! Você voltou às suas origens com sua nova bagagem de conhecimento e preparo. Certamente o Criador lhe reservou o melhor para esse momento. Desejo sinceramente, que o povo das estrelas sigam em sua direção, trazendo-lhe boas novas! Seguiremos daqui, torcendo para que os contatos de Zero graus, saltem muito em breve, para outros niveis! Abração!

    1. Obrigado amigo Tadeu!realmente é uma maravilha de lugar. Que venham os contatos de quinto grau! Que você conhece muito bem! Né? rsrs Que a interação tenda a ser cada vez mais intensa e saudável!
      Grande abraço

  2. Grande Wilson!
    Retornar às origens é um grande privilégio, poucos o possuem e vc o faz com maestria!
    Excelente texto/ relato.

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