Caso “Jet Ranger”.

Por Sergio F. Almeida

Local de ocorrência – Área rural de Divino – MG, aproximadamente 7 km da Sede do Município.
Data e hora aproximada – 12 de outubro de 2020, segunda-feira, aproximadamente as 15:30 horas

Circunstância da observação

Tarde de muito sol, calor e poucas nuvens. Não havia qualquer nebulosidade, qualquer esfumaçamento do ambiente para onde quer que se olhasse. Estávamos, eu (pesquisador Sérgio Almeida) e uma equipe de quatro trabalhadores, na fase final de montagem de um mirante com alguns metros de altura em um determinado ponto da região, que, por ser um mirante, possuía campo de visão privilegiado.

Eu estava no topo do mirante – com área de 60 metros quadrados com alambrado lateral para proteção de visitantes – olhando com mais acuidade, mas sem instrumentos óticos, para pontos diversos da área, exatamente para tentar perceber detalhes (lavouras, matas, estradas, construções rurais, etc.) situados em terrenos razoavelmente longínquos por alguns quilômetros de distância e praticamente todos em altitude abaixo da que eu estava. Os demais trabalhadores estavam realizando outras tarefas na base do mirante, portanto um pouco longe de mim, algo em torno de uns 20 metros.

O que eu vi

Num determinado instante, próximo ao horário acima especificado, vi ao longe (em linguagem aeronáutica, das 7 horas em direção às 11 horas), ou, em outras palavras, de um ponto à sudoeste para outro à noroeste, duas silhuetas separadas entre si, de perfil, semelhantes ao helicóptero Bell Jet Ranger (modelo americano de uso civil e militar – imagem em destaque neste relato).

O detalhe do formato foi o mais evidente e imediatamente percebido, especialmente o corpo principal do aparelho com o bico frontal e a calda – esses detalhes eram claros e inconfundíveis -, só que as silhuetas dos objetos apresentavam ser mais compridas e achatadas (afinadas) parecendo ter uns 12 metros de comprimento ou um pouco mais (um Jet Ranger tem 9,5 metros), ambas inteiramente na cor preto fosco. Os objetos tinham asas compridas e estreitas além de bastante finas saindo de seu corpo em ângulo reto, mais ou menos na posição da janela do banco de trás do helicóptero visto na imagem.

No instante em que a minha visão se fixou no primeiro objeto, o da frente, tive a impressão que um outro, um terceiro objeto, “estava acabando de passar pelo meu campo de visão e fazendo a curva para a esquerda”, mas não vou afirmar aqui que havia este terceiro objeto. No caso dos outros dois, nítidos, voavam, um seguido do outro, com dois segundos de diferença entre eles, silenciosamente (teria sido possível perceber o ruído característico de helicópteros, se fosse um de fato, mesmo na distância em que passaram, aproximadamente uns mil e poucos metros de onde eu estava), em linha reta e em velocidade bem maior que a de um helicóptero.

Eram muito rápidos, não possuíam hélices (teria sido possível ver algum detalhe dos rotores girando mesmo àquela distância, especialmente porque do meu ponto de visão eu estava acima dos objetos vistos. A diferença entre as altitudes [altitude em que eu estava e a altitude em que passaram os objetos] era de uns 50 metros ou um pouco mais), simplesmente deslizavam no ar em voo descendente (e até “elegante”) de uns 15 a 20 graus em relação ao plano horizontal.

Impossível confundir com qualquer outra coisa que não um helicóptero em função do desenho daqueles objetos.

Distância e velocidade

A distância percorrida por eles dentro do meu campo de visão foi de uns 800 metros em quatro a cinco segundos (portanto uns 720 km/h de média de velocidade, aproximada); esclareço que a velocidade máxima de um Bell Jet Ranger é de 217 km/h; fizeram uma curva em ângulo suave à esquerda contornando um morro até desaparecerem atras dele e do meu campo de visão. Não tinham janelas, antenas, aletas ou qualquer outra protuberância saindo do corpo do objeto a não ser as asas.

O que ocorreu comigo, imediatamente após a visão

Naqueles mesmos segundos durante a observação e alguns outros depois, diante da minha surpresa em ver o que estava vendo e vi, algumas coisas se passaram em minha mente. É incrível a velocidade do cérebro em tentar fazer comparativos com outros objetos ou situações para saber se elas conferem com o que acabou de se perceber. Isso, em milissegundos. Pensei:

  • Pássaros negros gigantes? Não existem! (aliás, de imediato, ao observar os objetos foi a primeira coisa que pensei…da mesma forma, também de imediato, vi que não poderiam ser, pela dimensão dos mesmos);
  • Drones de grande tamanho (militares), e em dupla? Quem os utilizaria daquela forma (nenhum drone militar em operação no país possui aquela forma); Naquela região? Naquela velocidade? Por qual motivo?
  • Algum tipo de planador? Conheço bem a área e sei que não existem campos para decolagem e pouso de qualquer tipo de aeronave de pequeno porte, rebocadores de planadores (planadores não “voam” na velocidade dos objetos vistos. A velocidade máxima de um planador em voo de alta altitude – que não era o caso – é de uns 650Km/hora). Por outro lado, planadores possuem lemes verticais na parte traseira, o que também não era o caso;
  • Balões com formato diferente? Não flutuam naquela velocidade e nem possuem aquele formato esguio;
  • Sombras no solo de algum objeto voador impressas nas encostas dos morros durante a passagem? Nesse caso o(s) aparelho(s) provocador(es) da sombra estava invisível (!?!?) pois se visível estivesse ele teria sido notado facilmente. Sombras comportam-se de acordo com as variações de terreno quando estão sobre ele. No entanto o voo dos objetos era reto (sem dobras ou ondulações no solo em função do relevo ondulado). Esse, decididamente não foi o caso; o sol estava, as 15:30 horas daquele dia, em posição de 15º a 20º abaixo do Zenit em direção ao poente; as eventuais sombras não estariam visíveis a partir do ponto em que eu estava;
  • Não consigo imaginar outra possibilidade além dessas.

O que me chamou a atenção para ver os objetos foi exatamente o perfil negro fosco sobre a vegetação, parte dela um pouco amarelada (seca) na região sobre a qual passaram. Só eu os vi porque, como relatei, os outros quatro trabalhadores estavam a vários metros de mim e na base do mirante. Continuei a olhar para a região em que eles passaram, tentando entender o que acabara de ocorrer. Não vi mais nada (objeto voador) na área observada, embora eu tenha ficado muitos outros minutos por ali. Depois fui embora e me lembrei da literatura ufológica que menciona aparelhos semelhantes a helicópteros de cor preta, independente do seu formato, durante determinadas ocorrências ufológicas!

O que era diferente em relação ao helicóptero Jet Ranger?

No desenho acima, lamentavelmente por ter sido feito sem o uso de ferramentas gráficas adequadas, a representação dos objetos vistos ficou tosca. Não estão representadas aí as asas dos mesmos.

Os objetos vistos eram semelhantes ao helicóptero visto na imagem da abertura deste Caso. Entretanto, imagine um Jet Ranger sem rotores (hélices superiores) e sem o motor turbinado logo abaixo deles (no caso da foto, aqueles quadradinhos escuros acima do corpo do aparelho – entradas de ar para refrigeração dos motores / turbinas e saída do ar quente.) Imagine também que o trem de pouso visto na foto, que é fixo no helicóptero, não existia nos objetos vistos. A cauda existia, mas sem os lemes verticais. Não existiam as partes envidraçadas. Os objetos possuíam asas muito finas, estreitas e compridas artefatos que inexistem em um helicóptero, qualquer deles. O conjunto era totalmente na cor preto fosco. Não faço a mínima ideia do sistema de propulsão daqueles objetos e como se sustentavam no ar (pelos saberes da engenharia aeronáutica as asas, tal como eram nos objetos, muito provavelmente não dariam sustentação aos mesmos). A velocidade era bem acima do que seria normal para um helicóptero. Realmente eram objetos desconhecidos para os quais as explicações aparentemente plausíveis, mencionadas anteriormente, não cabiam. Nenhuma delas.

Imagem da região da ocorrência

A imagem acima mostra a região que estava sendo observada por mim quando vi os objetos. A foto foi tirada de um ponto rente à base do mirante em que eu estava, portanto, alguns metros abaixo do piso do mirante. Os objetos cruzaram da esquerda para a direita pouco abaixo das árvores de cor verde escura que estão à esquerda do centro da imagem e fizeram a curva também para mais à esquerda contornando uma elevação do terreno que há ali, porém não visível nesta imagem.

3 comentários em “Caso “Jet Ranger”.”

  1. Muito bom o relato. Gostei das análises do autor e das referências dadas sobre o formato dos objetos. Aprendo muito com este site.
    Gratidão Sérgio Almeida.

  2. Ótimo relato!!
    É muito importante esses relatos para que outras pessoas tenham conhecimento sobre o assunto e não se sintam sozinhas ao passar por esse tipo de experiência ou achar que é imaginação. Parabéns pelo seu trabalho Sr. Sergio.

    1. Olá, Ana Farias.
      Obrigado pela leitura do meu relato e por ter gostado dele. Procurei ser o mais preciso em minhas mensurações ao relatar o Caso porque são informações que os leitores gostam de saber. Eu sinto essa necessidade quando leio algum relato e geralmente tais dados não estão lá. Att.

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