Datas das atividades de campo: 26/08 a 02/09/2022
Data da ocorrência: 29/05/2022 às 18:30h
Duração: 1 minuto aproximadamente
Local: Vila de São Sebastião da Aldeia
Relator: Wilson Geraldo de Oliveira
Equipe de campo:
Eric de Menezes Noronha
Pedro Henrique Coelho Oliveira
Sueli Brandão Borges
Wilson Geraldo de Oliveira
Entrevistados:
SILVIA APARECIDA CARVALHO RIOS (52)
DIAN CARLOS NOLASCO JÚNIOR (58)
No dia 29 de maio de 2022, por volta das 18:30h a professora aposentada SILVIA APARECIDA CARVALHO RIOS (52) e seu esposo DIAN CARLOS NOLASCO JÚNIOR (58), odontólogo, também aposentado, moradores da Comunidade de São Sebastião da Aldeia situado às margens do Lago da Represa de Três Marias no Município de Abaeté – MG presenciaram um estranho fenômeno luminoso na margem oposta do lago de onde estavam a pescar.
Foi solicitado à Silvia que fizesse um desenho de próprio punho (imagem 02) do que viu e nesse desenho ela foi orientada a fazer algumas marcações de referência como o local da observação, o pôr do sol, as margens da represa, a direção em que o objeto se movimentou entre outras referências, conforme a ilustração a seguir. Parte da ilustração recebeu acréscimos a partir do depoimento da testemunha tais como indicação de residências, via de acesso ao local da observação, marcações em amarelo do nascer e pôr do sol.
O que foi observado
Era uma tarde de domingo e como de costume, Dian e Silvia, utilizaram uma pequena balsa onde colocaram suas cadeiras e ficaram a pescar de molinete até as 20:30h aproximadamente. Naquela data, 29 de maio de 2022, Silvia se surpreendeu com “um clarão, uma luz em forma de cúpula sobre a água” na margem oposta da lagoa.
Dian é cego do olho esquerdo e o olho direito tem baixa visão (razão de sua aposentadoria) e não visualizou o fenômeno.
Silvia, entre surpresa e amedrontada olha para trás, segundo ela, tentando identificar algum farol de carro ou alguma luz que pudesse estar iluminando até a outra margem a partir da via de acesso ao local onde estavam. Nada encontrando volta o olhar para a luz. Além da hipótese de aproximação de algum automóvel, Silvia lembra da possibilidade da lua que nasce às suas costas, um pouco à direita, estar refletindo na lagoa, mas, percebe que não havia lua naquele momento.
“Nestes últimos dias, deste lado, não têm tido muita gente aqui na Aldeia, só a gente (Silvia e Dian), o Anselmo e o Toninho” (estes últimos, moradores locais, seus vizinhos).
Em meio a surpresa do momento, enquanto informava a Dian, seu esposo, o que estava acontecendo, Silvia vê a luz desaparecer como se afastasse muito rapidamente na direção da mata ciliar. Dian confirmou as reações de surpresa e espanto de sua esposa no momento, na sequência imediata à ocorrência e posteriormente à noite.
Tamanho, forma e deslocamento
Aquela área da mata por onde a luz se afastou é bastante densa e tem à frente como primeiro conjunto de árvores mais próximas das águas vários pés de jenipapos. Segundo Silvia a cúpula tinha um diâmetro horizontal equivalente à distância entre dois daqueles jenipapos. Essa relação com a distância das árvores e o diâmetro da luz em forma de cúpula, ela fez no dia seguinte ao primeiro depoimento. Por conhecer bem aquela paisagem, foi fácil comparar a visão da paisagem na noite já escura com a visão diurna do local da observação. Ela enfatiza que a luz estava mesmo na água.
A ideia de afastamento da luz na direção já escura da margem, também se confunde com a ideia de afastar-se submergindo na água ou na própria margem, uma vez que não houve o movimento de ascensão e sim de afastamento em sentido oposto à observadora e em direção à mata ciliar. A luz não sai da água onde aparentemente estava e não sobe contornando a mata. O que isso pode significar? Talvez uma capacidade de penetração na matéria densa sem deixar vestígios? Ou uma redução da luminosidade até o seu desaparecimento ou ainda invisibilização?
O sonho
Conta Silvia que à noite sonhou que tinha um ET debaixo da cama. Silvia acordou assustada e falou imediatamente para seu esposo: “Dian, tem um ET debaixo da cama”. Dian leva na brincadeira e diz: “vieram te buscar, você fica com brincadeira!” Silvia, embora assustada declara que estava certa de que se tratava de sonho e nem se preocupou em olhar debaixo da cama. Para ela o fato de ter sonhado mostrava o quanto ela havia se impressionado com a experiência recente. “O ET do sonho era semelhante àquele do filme ET”, diz ela. (“ET – O Extraterrestre” de Steven Spielberg, 1982).
Duração da observação
Segundo Silvia, a experiência de observação da luz durou mais ou menos um minuto. Após perceber o objeto luminoso ficou naquele curto espaço de tempo, a refletir acerca do que seria aquilo e nessa procura por uma explicação comparativa fez alguns poucos movimentos. Desde mudar a direção do seu olhar para a outra margem, um pouco mais à direita da posição em que se encontravam; associar à possibilidade de ser um farol de carro chegando; movimentar a cabeça para trás na direção da única via de acesso; constatar que não havia nenhum carro; procurar a lua em direção ao nascente, sem sucesso e em seguida voltar para o objeto luminoso para vê-lo se afastar na direção da mata ciliar.
A outra margem
Por três vezes a equipe atravessou a represa para estudar a outra margem. No primeiro dia foram Eric Menezes, Pedro Henrique e Wilson Geraldo usando um barco a motor. Ao andarem pela margem oposta procuraram identificar sinais ou marcas que pudessem representar alguma estranheza e talvez, pudessem vir a ser associados ao fenômeno luminoso observado.
Não existem residências, nem pier para ancoragem de embarcações na outra margem e não é comum naquela margem a presença de pessoas. Nota-se rastros de animais da pecuária local como vacas e cavalos e animais silvestres como capivaras. Moradores informaram a existência de lobos guará, veado campeiro, Tamanduá bandeira, Tiú e membros de nossa equipe puderam ver algumas destas espécies a relativa distância e em locais próximos, embora muito raramente.
Esqueletos de peixe
A aproximadamente 50m adiante do ponto onde a equipe deixou o barco, sentido norte, foram encontrados vários esqueletos de peixes sem a cabeça em um só local. Os esqueletos de peixes, por estranhos que pareçam, pela quantidade em um só local e por não terem sido encontradas as carcaças de cabeças junto aos esqueletos foram atribuídos a algum tipo de predador da fauna silvestre local. Além de um registro de difícil associação com o fenômeno luminoso considerou-se o fato de estarem um tanto afastados do local onde a luz foi observada.
Que tipo de predadores, na sua refeição noturna, poderiam deixar os esqueletos dos peixes sem a cabeça e gerar tal efeito luminoso? Registra-se aqui um evento que foi identificado pela equipe como estranho e aparentemente incomum, mas que não apresenta nenhuma relação aparente de associação com o evento luminoso observado.
Dormitório das garças brancas
Mais adiante, foram identificadas marcas brancas, semelhantes a tinta, sobre a vegetação rasteira e de pequeno porte que chamou a atenção da equipe, em um primeiro momento, pela quantidade. Observaram no entanto, que as marcas brancas se localizavam embaixo de uma das maiores árvores daquela mata e foram identificadas como fezes de um bando de garças, não visíveis naquele momento, mas muito comuns de serem vistas pousadas e/ou em sobrevoo, especialmente naquele lado da lagoa onde têm um possível dormitório e podem ter deixado ali suas fezes espalhadas e na coloração esbranquiçada, embora não visível à distância.
Por outro lado, a revoada das garças pode provocar um efeito visual à distância nas copas das árvores, contrastante com a escuridão da noite. Mas, como se pode perceber na descrição do evento luminoso existem diferenças acentuadas como, o formato bem definido e inicialmente estático da cúpula nas águas próximas da margem, portanto em local diferente e na cor amarela, não permitindo uma relação de equivalência.
Caça da capivara
Em outro local a mais ou menos 250m do último registro, também em sentido norte, restos de capivaras recentemente abatidas. Os restos da capivara também estavam ainda mais distantes do local onde foi observada a cúpula luminosa. Podem ter sido obra de caçadores (certamente não autorizados) que deixaram ali a ossada principal, o couro e a cabeça após a retirada da carne. A imagem da cabeça mostra sinal de corte que pode ter sido feito com alguma lâmina (faca ou facão) a partir da parte superior do pescoço.
A citação destes eventos, após identificados, permite considerar a possibilidade de correlacioná-los ao fenômeno luminoso testemunhado por Silvia, ainda que seja para demarcar semelhanças e diferenças um tanto distantes.
Caçadores para preparar a caça e acondicionar a carne à noite podem precisar de luz de lanterna ou outro tipo de iluminação, exceto, talvez em noite de lua bem clara. Este evento do abate da capivara, no entanto, ocorreu recentemente, talvez, na noite do dia 28/08/2022, também uma noite sem lua (a lua foi nova em 27/08). O avistamento da luz em forma de cúpula se deu em uma noite sem lua, 90 dias antes, próximo da lua nova que aconteceu em 30 de maio. Considerar esse evento, nesta análise, tem o propósito de chamar a atenção para a possibilidade de uma prática comum, que pode ter se repetido ou vir a se repetir em outros momentos.
Observou-se, no entanto, posteriormente à identificação do local da observação da luz, que nenhuma das marcas e sinais estranhos encontrados e citados acima, estavam naquele local, portanto, não poderiam estar diretamente associados ao evento luminoso observado por Silvia. São importantes de serem considerados como características locais de uma região onde o “Grupo Ufológico” mantem investigação continuada.
Etapa final das buscas
Na etapa final das buscas, apesar da densidade visível da mata ciliar, a equipe avançou uns 200 metros adentro partindo da extremidade norte da mata. Devido a dificuldades de abrir caminho na vegetação espessa e a pedido de um dos participantes, que se sentia desconfortável em continuar, a equipe retornou em sentido leste para as margens da lagoa.
Uma segunda vez, Wilson retornou ao local de Caiaque, marcou os pontos em que foram identificados tais eventos com faixas coloridas para facilitar a identificação à distância e em momento posterior, pediu a Silvia que observasse se aqueles locais tinham alguma relação com o local em que ela havia observado a luz. Foi aí que ela afirmou que o local da observação estava mais à esquerda e indicou os dois jenipapos como referência.
Numa terceira vez Wilson retorna à outra margem, recolheu as faixas das marcações anteriores e se propôs a fazer duas novas marcações nos locais indicados pela testemunha (quadro 4 da imagem 8). Dessa vez portava um rádio de comunicação e contando com o apoio de Sueli, sua esposa, com quem havia deixado outro rádio, pediu que chamasse Silvia para confirmar e/ou orientar a melhor localização dos marcadores. Estes, deveriam indicar a direção e o diâmetro aproximado do objeto luminoso observado. Silvia atendeu prontamente e assim foram feitas os ajustes das marcações.
Diâmetro do objeto observado
Os dois jenipapos apontados como referência receberam a marcação com as faixas coloridas voltadas para dentro do intervalo. (quadro 4 da imagem 8). Eles indicam a direção e o tamanho ou diâmetro da luz em forma de cúpula observada. A distância entre os dois jenipapos tem, segundo a testemunha, distância equivalente à distância entre as extremidades da base da cúpula de luz. Esse recurso comparativo deu uma ideia do seu diâmetro real em torno de 15m.
Vale considerar que as melhores estimativas apontam que o evento foi observado no dia 29/05/2022, 3 meses antes das marcações. Ou seja, o nível das águas estava mais elevado, cobrindo boa parte da margem visível na imagem que mostra os marcadores na imagem 8, neste momento. Vale considerar também, que as imagens dos marcadores para efeito de identificação de local e dimensões reais da forma observada foram feitas em torno de uma hora antes do horário do avistamento, para que estes pudessem ser melhor percebidos no cenário com a claridade do dia.
Os quadros 1, 2 e 3 da imagem 8, foram feitos mais próximos do horário. Observa-se que a margem e a mata ciliar vão se tornando cada vez mais escuras impedindo a visualização de detalhes.
O fenômeno das bolas de fogo
Bolas de fogo, Fogo Corredor, Boitatá, Mãe do Ouro, Luz de Santana, etc. são nomes atribuídos ao fenômeno em várias regiões do país, inclusive no interior de Minas e especificamente aqui na região Central Mineira, Município de Abaeté e vizinhanças.
Enquanto ainda fazia alguns ajustes neste relatório tomei conhecimento do artigo publicado por Pablo Vilarrubia Mauso(2022) no Portal Fenomenum, sobre o caso de João Prestes Filho(1946) em Araçariguama, SP. Um caso relativamente raro de interação, com graves danos à saúde da testemunha, levando-a a óbito. O autor faz uma revisitação ao caso.
Ao citar a última testemunha dos acontecimentos envolvendo João Prestes Filho, o Sr Vergílio Francisco Alves, relata vários incidentes relacionados a luzes e bolas de fogo, também chamadas de boitatá, entre outros nomes do folclore brasileiro. Além disso a ideia de “fogo corredor”, “bola de fogo”, “fogo fátuo” estão associadas decomposição de matéria orgânica em regiões pantanosas. Esta região da Vila de São Sebastião da Aldeia é uma região de cerrado embora também seja margem de represa. O que nos leva a considerar esta hipótese.
Embora as características gerais e de diâmetro, movimentação e forma sejam distintos, cito o artigo a título de ilustração para que o leitor possa fazer suas correlações. Se possível busque o original e também outras fontes.
“’Quando João era tropeiro, ainda muito jovem, vivia com o pai em Araçariguama’, ele começou. ‘Um certo dia, ao entardecer, quando conduzia burros por uma colina, viu um fogo que caiu do céu, uma ‘bola de fogo’. Estava próximo de uma capela onde havia uma cruz, e sentiu a bola passando ao seu lado e quase o acertando. João me contava que ali, às vezes, se viam dez ou doze bolas que surgiam no céu; algumas eram avermelhadas, outras da cor da Lua. As vezes, cinco ou seis caíam ao solo e explodiam. As pessoas chamavam essas luzes de boitatá’ .
‘O próprio Vergílio foi testemunha da aparição de uma de tais luzes, que surgiu por trás da montanha onde estavam as minas de ouro e caiu em outra colina, onde também sempre aparecem luzes raras. ‘Também chamávamos de mãe do ouro a essas bolas de fogo. Também havia o lagarto de ouro, um fogo alongado que se movia em linha reta, devagar, sem fazer ruído’.”
São muitos os fenômenos relacionados, são diversas as nomenclaturas, e também os relatos de experiências e interpretações. O artigo citado, resultado de uma pesquisa de atualização de um caso clássico da ufologia brasileira, mostra vários depoimentos de como as pessoas lidam com o fenômeno das bolas de fogo. Embora em certos contextos pareça ser simples fenômeno natural, características inteligentes, aparentemente “mágicas”, até, leva a interpretações para além das causas naturais mais conhecidas potencializando interpretações já misteriosas. Além disso, nos remete à necessidade de investimento na documentação do fenômeno.
Conclusão
Não existem moradores na outra margem; são muito raras as ancoragens de barcos por ali; não foram percebidas movimentações de embarcações naquele local, naquela tarde; a visualização de uma forma estranha e incomum aconteceu muito rapidamente e não se repetiu mais naquela noite até o momento em que Silvia e Dian estiveram ali, por volta de 20:30h.
Esta é a segunda observação registrada pelo ufológico nesta localidade. Uma em fevereiro de 2021(02) que não guarda relação aparente com esta de maio de 2022.
Na mesma região da Aldeia, mas em outra direção foram feitos também vários registros de interação com OVNIs já publicados. As chamadas “bolas de fogo”. Várias observações foram realizadas nos céus de locais considerados bons para vigílias, desde o Pier da Aldeia, a região da Cascalheira, o Morro do Império, a porteira da pedra, a maioria publicados no site ufologico.com.br .
É curioso que eventos desse tipo ocorram em uma região relativamente melhor preservada da ação e movimentação humana. Uma região de cerrado que margeia a represa, cuja oscilação do nível das águas não parece gerar pântanos por tempo suficiente para geração de fenômenos luminosos como Gás do pântano ou fogo fátuo. Uma equipe do Grupo Ufológico, DF – Brasil, está programando a instalação de câmaras voltadas para esta região como forma de intensificar as observações e conhecer mais do fenômeno.
Nota
(i) É considerado crime ambiental, segundo a Lei da Fauna, de 1967, abater capivara e outros animais silvestres. Lamentavelmente, esse registro mostra que aqui pode estar ocorrendo violação dessa legislação.
Referência
(01) Mauso. Pablo Vilarrubia, Horror em Araçariguama, 2022. Disponível em https://www.fenomenum.com.br/horror-em-aracariguama/ . Visto em 28/09/2022
(02) OLIVEIRA. Wilson Geraldo de. OVNI SURPREENDE PESCADORES. UFOLÓGICO, 2022. Disponível em: https://ufologico.com.br/ovni-surpreende-pescadores/ . Acesso em: 28, set de 2022.
Que curioso e tbm revoltante o q se refere a caça de animais silvestres …lamentável
Sim Jezabel, uma prática lamentável!Obrigado pelo seu comentário!
Acredito ser uma emoção a parte presenciar tudo isso.
Só não gosto da matança de animais, mas é curioso …..animais mortos dessa forma deve ser serviço de homens sem noção de preservação da natureza.
Só vivendo não é Ana? Obrigado pelo seu comentario!
Legal!
Obrigado Tiago!
Belo Relatório! Parabéns Wilson e equipe do Ufologico pela pesquisa e texto.
Em nome da equipe, muito obrigado Patricia!