Índice de Estranheza na ufologia.

Considerações acerca do Índice de Estranheza adotado na ufologia.

Autor: Sérgio F. Almeida

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A interação dos seres humanos com seu habitat, seu mundo, se dá por meio dos seus cinco sentidos. Qualquer outra forma de interação diferente daquelas proporcionadas por seus sentidos, ainda que “natural” – e que existe de fato -, não é aceita pela ciência clássica, por exemplo: paranormalidade, espiritualidade, etc., pois o método científico não reconhece como válidas essas últimas entre outras.

Entretanto, um fato, um detalhe que seja observado durante uma ocorrência do fenômeno que soe estranho ao ser analisado posteriormente não deve desconsiderar as tais áreas não reconhecidas pela ciência clássica. Lembremo-nos ainda que a própria ufologia e suas ramificações também não são consideradas válidas pela mesma ciência clássica.

Há que se considerar ainda que os sentidos humanos foram e cada vez mais serão ampliados e multiplicados por instrumentos tecnológicos: telescópios; microscópios; radiotelescópios; radares; sensores térmicos (infravermelho e ultravioleta) e tantos outros nas diversas áreas do conhecimento humano.

No processo de captação, processamento / tratamento e conclusão de informações recebidas, quaisquer que sejam elas, atua paralelamente o senso crítico do receptor (observador) para avaliação daquilo que os sentidos humanos – com o auxílio de instrumentos científicos ou não – receberam. Na atuação do senso crítico muitas vezes faltam elementos (informação de base) para que o mesmo avalie minimamente aquilo que se está recebendo ou foi recebido. Quando ele não é capaz de entender ou avaliar o que recebeu ou o julga ilógico para seus padrões de interpretação então tem-se o que se caracteriza como estranheza.

Na medida em que o desenvolvimento tecnológico decorrente do avanço da ciência se faz presente, e, simultaneamente, o nível intelectual da média dos indivíduos aumenta, é de se esperar que o nível (pelo menos teórico) ou características de estranheza relativamente ao fenômeno UFO diminua.

A priori, tudo o que não tem representação em nossa cultura é estranho quando se nos apresenta.

Em se tratando de ufologia, o acumulado de anos de observações e registros de muitos milhares de casos bem como em decorrência das interações entre os vários pesquisadores oficiais ou oficiosos e das suas análises, fez com que a estranheza em si fosse reduzida a situações muito específicas.

As observações de UFO ocorridas até a primeira metade do século XX, certamente tinham a percepção de estranheza em muito maior quantidade ou profundidade que as de anos recentes. Muitos dos efeitos, notadamente visuais ainda são estranhos ou impossíveis de serem reproduzidos por nossa ciência. Mas já o foram muito mais.

Um exemplo ilustrativo pode ser percebido na seguinte situação: durante a Guerra da Secessão Americana (1861 – 1865), foi utilizado pelas forças confederadas americanas um único submarino com casco de ferro, impulsionado à manivela, com sete tripulantes, submersíveis por até 30 minutos (depois de aperfeiçoamentos) https://pt.wikipedia.org/wiki/Submarino_Hunley e após seu único ataque de sucesso submergiu matando seus tripulantes. Foi encontrado mais de cem anos depois.

Hoje, um submarino no estado da arte, de propulsão nuclear, é capaz de submergir a centenas de metros e ficar submerso por meses; capaz de lançar mísseis balísticos debaixo d’água que voam por milhares de quilômetros e atingem alvos com precisão de centímetros podendo destruir cidades de milhões de habitantes em poucos minutos.

Esse último é o “normal” nos dias de hoje. Para quem compreende e aceita em sua mente esse padrão, estranheza seria o submarino Hunley do século XIX! Nenhum sonhador do século XIX, no máximo Júlio Verne, imaginaria a que ponto chegaria a tecnologia submarinista no futuro, uns 180 anos depois, barco verdadeiramente “extraterrestre” para aqueles padrões.

UFO´s em forma de balão do tipo Zepelim foram vistos várias vezes nos Estados Unidos naquele mesmo final de século. A pergunta que se faz é, de fato os UFOs tinham precisamente aquela forma com que foram descritos ou aquela forma foi a maneira de descrever algo absolutamente ilógico, estranho e sem possibilidade de se comparar com qualquer outra coisa conhecida?

O mesmo que se dá para a forma física dos objetos se dá para os sons que eles emitem, quando o fazem, para as cores ou luminescências; para odores de máquinas ou de seres, para formas de comunicação, para forma de comportamento, para formas de aparição diante de humanos, e tantas outras coisas.

Como estabelecer uma tabela para Índice de Estranheza, sem levar esses quase infinitos valores e critérios?

Respondendo por mim, 55 anos depois de perceber e analisar sob meu exclusivo e modesto senso crítico a casuística ufológica, praticamente nada mais me é estranho provindo daí. Ao contrário todas as características observáveis e sentidas constituem-se de expressões magníficas de tecnologia aplicada; nem todas disponíveis igualitariamente entre as muitas civilizações que nos visitam, assim como a variedade de seres e seus inerentes comportamentos, todos de uma riqueza e variedade impressionantes.

Entendo que não há uma única verdade ufológica; cada civilização e seus itens culturais componentes, das mais variadas naturezas constitui uma verdade em si e são infinitas as verdades.

Entendo ainda que a variedade de estranhezas é de tal ordem numérica que a medida em que novos encontros com novos representantes de civilizações ocorrem mais itens de tabela serão acrescidos tornando-a tendente ao infinito em quantidade de situações.

Diante do exposto, no contra fluxo da busca por uma tabela de índice de estranheza, não vejo sentido prático em se ter uma. O que essa tabela nos traria de ensinamentos práticos?

O que importa de fato é o registro o mais fidedigno possível de uma ocorrência ufológica relacionando ao máximo suas características físicas ou não, além dos eventuais efeitos daquelas áreas mencionadas como não reconhecidas pela ciência clássica.

Penso que o fenômeno ufológico é uma experiência social de interação entre duas espécies ainda que uma delas seja robótica / mecânica, experiência essa em constante evolução.

28 / jan / 2021

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