Por Wilson Geraldo de Oliveira
No dia 27 de agosto de 2021 por volta de 21:00h, em uma vigília descontraída em São Sebastião da Aldeia, município de Abaeté – MG, estávamos Cipó, Sônia, Sueli e Eu (Wilson) observando o céu estrelado, sem nuvens e sem lua, sobre um Píer que avançava sobre as águas daquele braço da represa de Três Marias, nas coordenadas 18°58’32.9″S 45°13’31.6″W . Normalmente um espaço utilizado para facilitar a atividade dos pescadores locais. Para nós, naquele momento, interessava mais o céu e seus mistérios do que as águas e seus habitantes, que sinalizavam frequentemente à flor d’água.
Nestes momentos agradáveis de vigílias entre amigos, normalmente acontecem conversas sobre assuntos diversos, sobre experiências ufológicas, observações comentadas do céu sobre meteoros, satélites, aviões, estrelas, planetas e constelações; compartilha-se estudos, opiniões, visões de mundo e questões filosóficas, existenciais, etc…
Em um dado momento, um evento inusitado.
Todos deitados em decúbito dorsal, observamos à pino no céu, ou seja, no zênite, uma espécie de flash, bastante rápido, bem pontual, de luz clara, esbranquiçada, semelhante a luzes anticolisão(1) utilizadas na aviação. Questionei se tinham visto o tal flash e todos assentiram que sim. Ficamos esperando o próximo flash, uma vez que tínhamos a expectativa de tratar-se de alguma aeronave se deslocando, conforme comentários posteriores. Em seguida um outro flash acontece igual ao primeiro. Tão rápido quanto o piscar de uma luz sinalizadora, embora parecesse mais forte e direcionada para baixo. Para surpresa geral, o segundo flash ocorre no mesmo local. Todos confirmaram novamente o segundo flash.
Apesar de se ter percebido a repetição do sinal no mesmo local, naquelas frações de tempo imediatamente após, esperávamos a continuidade do sinal em alguma direção, mas, estranhamente, não mais se repetiu o flash.
Experiência semelhante na Pedra Fundamental de Brasília
Lembrei-me da experiência de meu amigo Paulo Reis, também ufólogo, que certo dia me relatou algo do tipo. Porém, no seu relato o flash ocorreu uma só vez. Ele estava com uma amiga na Pedra Fundamental de Brasília que fica em Planaltina – DF. e a ocorrência se deu também à pino no céu. Buscando confirmação dele para o fato, ele informou que não se lembra exatamente a hora, mas passava das 20h.
Naquela noite, segundo Paulo, o céu apresentava algumas nuvens e não dava pra ver as estrelas com facilidade. Eles estavam recostados no carro apreciando a paisagem. Só era possível ver as luzes da cidade ao longe.
Diz ele, “olhei pra cima sem nenhuma intenção quando de repente vi um flash de uma luz branca em um ponto do céu que não tinha nuvens. Aquilo me assustou e perguntei pra minha companheira se ela tinha visto, mas ela não viu nada. Depois disso resolvemos retornar para casa. Durante o trajeto conversamos um pouco mais sobre o assunto, mas ela permaneceu indiferente. O flash tinha mais ou menos o tamanho de uma estrela e esse evento aconteceu há dois anos atrás, em agosto de 2019”.
Flashes de supernova ou evento aeronáutico?
Consultei meu amigo e pesquisador Sérgio Almeida, que possui larga experiência e conhecimento em astronomia, sobre o fato testemunhado por nós e ele nos diz o seguinte: “Posso afirmar que o que vocês viram não se tratou de um evento de natureza astronômica. Os únicos ‘flashes’ no âmbito da astronomia são os produzidos por supernovas (explosões fulgurantes de estrelas) cujo ápice de brilho dura segundos, mas antes desse ápice já existia o brilho “normal” da estrela e, depois dele (ápice) o brilho diminui intensamente, mas não se apaga; ou seja, não foi o caso que vocês viram.”
Sérgio lembrou uma curiosidade interessante: “Uma das supernovas mais “famosas” foi a do ano 1.054 registrada por astrônomos chineses e árabes. Ela brilhou de dia durante 23 dias e durante à noite por 650 noites. É sempre mencionada nos estudos de astronomia.”
Voltando à nossa experiência, diz ele: “Não entendo também que seria um fato de natureza aeronáutica (aviões), exceto:
1)Talvez um drone – que pode literalmente ficar parado por vários segundos em torno de um ponto no céu – nesse caso o flash teria uma utilidade fotográfica [embora possa tirar fotos com infravermelho, portanto sem luz].
2) flash, também fotográfico, provindo de um balão do tipo atmosférico. Pode ser utilizado pela aeronáutica ou por entidades civis de pesquisa científica.
Fora isso, não consigo imaginar outra coisa senão da natureza do que nós dois estudamos.” Ou seja, um fenômeno que por falta de terminologia mais apropriada classificamos como um fenômeno de natureza ufológica.
Talvez, muito remotamente, seja algo passível de explicação por alguma área da ciência. Mas enquanto não encontramos uma explicação, fica aqui o registro e nossas reflexões.
Nota: (1) http://www.ufologiaobjetiva.com.br/luzes-na-aviacao/