O MISTÉRIO DOS DISCOS VOADORES

Autor Drew Pearson *
WASHINGTON, via-rádio — Embora grande parte do público norte-americano pareça convencida da existência dos discos voadores, a Força Aérea ainda não conseguiu ver um só, apesar de haver investigado não só êste assunto como outros relacionado com Vênus, estrêlas cadentes e até uma lata velha arrastada pelo vento.
Quem isto escreve teve oportunidade de examinar os arquivos da Fôrça Aérea e pode afirmar que esta realizou uma tarefa minuciosa no seu empenho de descobrir a verdade. Êsses arquivos mostram que se dedicou considerável tempo a examinar tôdas as informações relativas aos discos voadores, inclusive as fornecidas pelo ator cinematográfico Bruce Cabot e por um jornal de Kansas City, o The Wyandotte Echo, que afirmavam que os cadáveres de três pequenos “homens” de Vênus tinham sido vistos cair de um disco voador por um homem de nome Coulter.
Êsses “venusinos”, estavam mortos. A prova de que procediam de Vênus era que tinham um relógio lunar que funcionava baseado num ciclo de 28 dias, assim como outros aparelhos aplicáveis às condições do planêta de onde se supunha que houvessem chegado.
A Fôrça Aérea investigou minuciosamente essas informações. O misterioso Coulter apareceu como o Sr. George Koehler, de Denver, agente de anúncios da estação de rádio KMYR. O Sr. Koehler exibiu um dos supostos aparelhos venusinos, que era de fabricação terrestre e tinha estampada uma marca com algarismos romanos. O aparelho de rádio do disco voador não passava de um conjunto de peças de metal incapazes de receber ou transmitir qualquer mensagem.
Apesar disso, Koehler insistiu em que havia visto os corpos dos três venusinos, mas se negou categoricamente a divulgar a base da sua afirmação. Segundo os arquivos da Fôrça Aérea, “Koehler declarou que já não tinha em seu poder nenhuma parte do disco voador. E mais tarde afirmou que não era certo que êle houvesse visto tal disco nem os seus supostos passageiros”.
Outra informação que foi devidamente investigada foi a de que um disco voador havia caído perto de Warren, no Estado de Minnesota. A informação foi dada por Walter Sirek, empregado de um pôsto de gasolina, que levou os investigadores ao lugar onde se supunha que houvesse caído o disco. Encontrou-se alí um aparelho que, segundo resumo contido nos arquivos oficiais, fôra feito com uma série de objetos tais como uma tampa de máquina de costura, uma válvula de rádio e uma caixa de bomba de inseticida. Não houve dificuldade em apurar que dois indivíduos chamados Ted Heyen e Robert Schaeifer havíam construído o aparelho por brincadeira.
A Fôrça Aérea tem recebido várias fotografias de supostos discos voadores em vôo. A mais interessante era uma que mostrava dois discos prateados sôbre o estádio de basebol de Great Falls, no Estado de Montana, enviada por Nick Mariana, administrador do mesmo.
Os investigadores apuraram que a fotografia foi tirada às 11 e meia da manhã do dia 15 de agôsto e que, nesse dia e nessa hora passaram sôbre o estádio dois aviões de propulsão a jato, procedentes da base aérea de Ladd, no Alaska. Êsses aviões eram prateados e, graças aos reflexos da luz do sol, podiam parecer dois grandes discos.
Em certa ocasião, o radar da Fôrça Aérea assinalou a presença de algo semelhante a um disco voador perto do Campo Writht, em Ohio, que avançava com uma velocidade de 35 quilômetros por hora.
Descobriu-se, porém, que se tratava de uma massa de nuvens tão carregada de eletricidade que foi refletida pelo radar.
Enquanto isso, as informações acerca de discos voadores continuam a chegar aos escritórios da Fôrça Aérea numa proporção de cinco ou seis por dia. Mas tôdas se mostram igualmente falsas… (grifo nosso)

(*)Publicação original – Revista O Cruzeiro, ano 1950, Edição 0010 – 23 de dezembro de 1950 – pag 74 – Mantida a ortografia original.

Texto original em:
http://memoria.bn.br/docreader/003581/67996 visto em 18/11/2019

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