A permanência e a impermanência das formas

Quantas vezes sinais grandiosos foram feitos na superfície do planeta ao longo da história?

No passado sinais monumentais como as linhas de Nazca no Perú, hoje os crop circles. Entre muitos outros.

Que equivalência existe entre os Crop Circles e estas marcas, só explicadas nas narrativas míticas e culturais dos povos antigos? No conjunto destas marcas antigas estão os fundamentos da teoria do antigo astronauta.

Uma diferença significativa entre estas marcas de tempos distantes e os crop circles, está na espantosa duração das marcas antigas, frente à volatilidade das marcas nas plantações humanas atuais e talvez, no grau de complexidade das formas.

As marcas feitas em passado longínquo se propagaram, lentamente, para bilhões de pessoas através de séculos. Constituem-se de entalhes, sulcos, no terreno rochoso das superfícies. E os crop circles, formas atuais, complexas e feitas sobre as superfícies, relativamente macias, de plantações, não são duráveis pela própria natureza da superfície vegetal. Repetem-se ciclicamente, em razão de sazonalidade das culturas vegetais.

Entretanto, a tecnologia atual com sua alta capacidade de registro imagético, guarda enormes volumes de informação e promove a difusão dos registros, quase instantaneamente, tornando-os duradouros para um coletivo de bilhões de pessoas no planeta.

Isso nos aponta diferentes nuances, performances ou estratégias comunicacionais nos tempos históricos em que aconteceram e acontecem os eventos citados.

Talvez nos caiba questionar, assim como nas artes, acerca da (im)permanência da arte da performance – linguagem efêmera que se caracteriza pela presença corporal do artista, que desenvolve determinada ação compartilhada com um público num espaço tempo específico. Assim, a reflexão crítica que permeia esse assunto, recai sobre o uso de recursos fotográficos e videográficos para documentar performances – dispositivos que possibilitam o registro visual, transmissão, ou posterior exibição das performances presenciais.

Ainda não logramos compreender plenamente seus sentidos. Mas se aplica as formas antigas e recentes, tanto quanto aos fenômenos aéreos, até hoje denominados Objetos Voadores Não Identificados – OVNI.

Talvez caiba, sim, refletir acerca destas correlações, instigando o pensamento para irmos além das aparências em busca do sentido que veiculam. As formas recentes, os crop circles, p. ex. embora relativamente voláteis, seu caráter (im)permanente, devido a sazonalidade das extensas plantações nas quais surgem. Se firmam nesse tempo, fixando-se em nossa cultura através de tecnologias modernas. Podem ser vistas e transmitidas através das chamadas novas tecnologias digitais, pessoa a pessoa, geração a geração. As linhas de Nazca, foram impressas na rocha e transmitida através da oralidade, tornou-se permanente. Ambas as formas, comunicam algo para um tempo distante.

O que não se sabe claramente, além dos seus sentidos, é quais são os atores dessa performance e que tecnologia utilizaram para imprimir tais sinais nas superfícies de nosso planeta (palcos da ação) sem que seus corpos fossem presenciados.

Outros artistas também se postam no palco natural das performances na superfície de nosso planeta. Em um plano  temporal intermediário entre a durabilidade e a volatilidade, a permanência e a impermanência dois outros personagens:

É 1973 e cientistas na prefeitura de Miyazak em Kyushu, uma das quatro ilhas principais do Japão, estão começando uma experiência. O que eles estão fazendo é plantar muitas árvores – obisugi cedars para ser preciso. Serão quase 50 anos antes que sua experiência se concretize, no entanto. E quando isso acontecer, atrairá atenção inesperada de todo o mundo.”  Veja imagem também no Google Earth. As imagens se espalharam para o espanto de bilhões de pessoas pela internet. O que seria uma experiência de plantio com retorno previsto para 5 anos, deverá se tornar bastante duradouro.

Uma área de terra perto da cidade de Nichinan foi designada como “floresta experimental” e um dos experimentos foi tentar medir o efeito do espaçamento entre árvores no crescimento. O experimento foi realizado com o plantio de árvores em incrementos radiais de 10 graus, formando 10 círculos concêntricos de diâmetros variados. A diferença da altura das árvores do centro e as árvores do círculo externo é de 5,3 metros.

O outro personagem, o Baiacu, peixe do mar, muito comum na costa brasileira, cujo nome varia muito no Brasil: Sapo-do-mar, peixe-balão, Baiagu, Lola, etc. São as designações populares comuns a diversos peixes da ordem dos Tetraodontiformes. Teve sua obra registrada  na forma de espirógrafo, pelo “fotógrafo Yoji Ookata em um de seus mergulhos no Oceano Pacífico na ilha de Amami Oshima, no sul do Japão.  Impresso no fundo do oceano, a 80 metros de profundidade, ele viu um circulo repleto de sulcos de diferentes alturas com cerca de 6,5 metros de diâmetro, que tinha sido esculpido na areia.”

Referências

http://blogs.discovermagazine.com/d-brief/2013/08/15/underwater-crop-circles-mystery-solved/#.XQcU7xZKg2w consultado em 15/06/2019

https://www.google.com/maps/@31.7306612,131.3839695,278m/data=!3m1!1e3?hl=en-JP (Google Earth – mostra crop circle em floresta no japão)

https://www.ecowatch.com/crop-circles-japan-2624062119.html , Consulta em 17/06/2019

https://www.youtube.com/watch?v=IO-NI7qbUrM (Puffer Fish carves crop circles in Amami Oshima) Vídeo de Crop circle feito pelo peixe Baiacu em 17/06/2019

https://es.gizmodo.com/la-verdadera-historia-de-los-circulos-en-los-campos-de-1827624174

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *